A gigante inglesa de turismo Thomas Cook decretou falência ontem, deixando mais de 600.000 clientes em apuros. A empresa, que existe desde o final do século XIX, encerrou as operações ontem.
Os mais afetados são aqueles que já iniciaram a viagem e estão no exterior. Segundo o CAA (Civil Aviation Authority), a agência reguladora da aviação na Grã-Bretanha, estima que há 150.000 turistas imediatamente afetados, sem voo confirmado para a volta.
Algumas companhias aéreas já se dispuseram a ajudar. A Virgin Atlantic, por exemplo, se ofereceu para aliviar o pessoal que está em Cuba, Jamaica e Miami.
A primeira leva ocorre hoje mesmo, com a repatriação de cerca de 16.000 pessoas em voos charter.
O detalhe importante: a ajuda vai ser bancada pelos contribuintes britânicos, via um seguro-turismo imposto pelo governo britânico. O seguro-viagem é obrigatório e serve justamente para o serviço de repatriamento oferecido pelo CAA.
Há relatos de hotéis que estão impedindo os hóspedes de saírem, ou entrarem, sem o pagamento antecipado da reserva.
Em compensação, as rivais EasyJet, IAG (grupo da British Airways e Iberia), TUI e Ryanair tiveram suas ações valorizadas em 3.9%, 1.2%, 10% e 3.9%, respectivamente.
A Thomas Cook operava em 16 países e empregava 21.000 pessoas, sendo cerca de 9.000 delas no Reino Unido. Ela começou suas atividades em 1841 por meio de uma excursão de trem na Inglaterra que durava um dia. A sua situação estava complicada há alguns anos e, há pouco tempo, recebeu uma injeção de capital de cerca de 900 milhões de libras de sua maior acionista, a chinesa Forun.
Em maio, a empresa reportou dívida de 1.2 bilhões de libras e um decréscimo nas vendas em virtude da insegurança do Brexit.
A Condor, que pertence ao grupo e liga a Alemanha ao Nordeste brasileiro, emitiu nota informando que suas operações não seriam afetadas.